Mais sobre Iracema
José de Alencar diz: " O período organigo dessa literatura [a brasileira] conta já 3 fases.
A primitiva, que se pode chamar aborígene, são as lendas e mitos da terra selvagem e conquistada[...]
Iracema pertence a essa literatura primitiva, cheia de santidade e enlevo, para aqueles que venceram na terra da pátria a mãe fecunda - alma mater, e não enxergam nela apenas o chão onde pisam.
O segundo período é histórico: representa o consorcio do povo invasor com a terra americana, que dele recebia a cultura, e lhe retribuía nos eflúvios de sua natureza virgem e nas reverberações de um solo esplêndido. [...]
É a gestação lenta do povo americano, que devia sair da estirpe lusa, para continuar no novo mundo as gloriosas tradições de seu progenitor. Esse período terminou com a Independência.
A ele pertencem O Guarani e As minas de prata.[...]
A terceira fase, a infancia de nossa literatura, começada com a independência política, ainda não terminou; espera escritores que lhe deem os últimos traços e formem o verdadeiro gosto nacional. [...]
(Jose de Alencar - Obra Completa)
Iracema: das matas do Ipi para a memória nacional.
Em Iracema, Alencar nos conta a lenda da fundação do Ceará, simbolizada pelo relacionamento amoroso de Iracema, jovem da tribo dos Tabajars, e martim, um dos colonizadores portugueses que aportam na região. Abela índia se apresenta de forma inesqucível numa caracterização baseada nos elementos típicos da fauna e flora locais. O nome Iracema é um anagrama de "América" (ou seja, a palavra Iracema é formada pelas mesmas letras, em outra disposição) e, como se pode constatar pela apresentação da personagem, Alencar consegue ressaltar os aspectos magníficos da natureza americana.
Martim, o conquistador português, observa Iracema sair do banho e enamora-se da índia. Como é a guardiã do segredo da Jurema, Iracema deve permanecer virgem. O amor dos dois, porém, supera os obstáculos e Iracema abandona sua tribo para viver com Martim. O nascimento de Moacir, o "filho da dor", simboliza o processo de conquista do continente sul-americano pelos portugueses. É um dos tantos exemplos que Alencar utiliza para representar o processo de conquista e miscigenação.
(ABAURRE, Maria Luíza / PONTARA, Marcela Nogueira / FEDEL, Tatiana
1 Comentários:
Às 31 de março de 2009 às 23:11 ,
Unknown disse...
Iracema voou
Para a América
Leva roupa de lã
E anda lépida
Vê um filme de quando em vez
Não domina o idioma inglês
Lava chão numa casa de chá
Tem saído ao luar
Com um mímico
Ambiciona estudar
Canto lírico
Não dá mole pra polícia
Se puder, vai ficando por lá
Tem saudade do Ceará
Mas não muita
Uns dias, afoita
Me liga a cobrar:
-- É Iracema da América
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