Literart, uma aventura

quarta-feira, 25 de março de 2009

Mais sobre Iracema

José de Alencar diz: " O período organigo dessa literatura [a brasileira] conta já 3 fases.
A primitiva, que se pode chamar aborígene, são as lendas e mitos da terra selvagem e conquistada[...]
Iracema pertence a essa literatura primitiva, cheia de santidade e enlevo, para aqueles que venceram na terra da pátria a mãe fecunda - alma mater, e não enxergam nela apenas o chão onde pisam.
O segundo período é histórico: representa o consorcio do povo invasor com a terra americana, que dele recebia a cultura, e lhe retribuía nos eflúvios de sua natureza virgem e nas reverberações de um solo esplêndido. [...]
É a gestação lenta do povo americano, que devia sair da estirpe lusa, para continuar no novo mundo as gloriosas tradições de seu progenitor. Esse período terminou com a Independência.
A ele pertencem O Guarani e As minas de prata.[...]
A terceira fase, a infancia de nossa literatura, começada com a independência política, ainda não terminou; espera escritores que lhe deem os últimos traços e formem o verdadeiro gosto nacional. [...]
(Jose de Alencar - Obra Completa)
Iracema: das matas do Ipi para a memória nacional.
Em Iracema, Alencar nos conta a lenda da fundação do Ceará, simbolizada pelo relacionamento amoroso de Iracema, jovem da tribo dos Tabajars, e martim, um dos colonizadores portugueses que aportam na região. Abela índia se apresenta de forma inesqucível numa caracterização baseada nos elementos típicos da fauna e flora locais. O nome Iracema é um anagrama de "América" (ou seja, a palavra Iracema é formada pelas mesmas letras, em outra disposição) e, como se pode constatar pela apresentação da personagem, Alencar consegue ressaltar os aspectos magníficos da natureza americana.
Martim, o conquistador português, observa Iracema sair do banho e enamora-se da índia. Como é a guardiã do segredo da Jurema, Iracema deve permanecer virgem. O amor dos dois, porém, supera os obstáculos e Iracema abandona sua tribo para viver com Martim. O nascimento de Moacir, o "filho da dor", simboliza o processo de conquista do continente sul-americano pelos portugueses. É um dos tantos exemplos que Alencar utiliza para representar o processo de conquista e miscigenação.
(ABAURRE, Maria Luíza / PONTARA, Marcela Nogueira / FEDEL, Tatiana

segunda-feira, 23 de março de 2009

A lenda de Isis e Osiris

A LENDA DE ISIS E OSIRIS

Conta a lenda que Seth com inveja de Osiris, por este ter herdado o reino do pai na terra, engendrou um plano para matá-lo e assim usurpar o poder. Quando Osiris dormia, Seth tirou suas medidas e ajudado por 72 conspiradores, mandou construir um esquife com as medidas exatas de Osiris. Organizou um banquete e lançou um desafio, aquele que coubesse no esquife o ganharia de presente. Todos os deuses entraram e não se ajustaram.

Assim que Osiris entrou no esquife, Seth o trancou e mandou jogá-lo no rio, a correnteza o levou até a Fenícia. Ali ficou preso em uma planta até fazer parte do caule, que foi usado para construir uma coluna o "Djed".

Isis partiu em busca do esposo, e após muitas aventuras, conseguiu regressar ao Egito com a caixa, que escondeu em uma plantação de papiro. Seth a descobriu e cortou o corpo de Osiris em quatorze pedaços, que espalhou pelo Egito. Novamente Isis parte em busca dos despojos do esposo e dessa vez ajudada pela irmã Néftis, transformadas em milhafres (espécie de ave de rapina, semelhante ao abutre), encontram todas as partes de Osiris, exceto o órgão genital, que havia sido devorada por um peixe o Oxirincos.

Isis foi ajudada por Anubis que embalsamou Osiris, e este tornou-se a primeira múmia do Egito. Utilizando seus poderes mágicos, Isis, conseguiu que Osiris a fecundasse e dessa união nasceu Horus.
Seth iniciou uma luta pelo poder que envolveu todos os deuses. Por fim o próprio Osiris a partir do outro mundo, ameaçou mandar levantar todos os mortos se não fosse feita a justiça.

Rá e um tribunal de deuses estabeleceram que a sucessão fosse hereditária, e assim, Hórus pôde reinar.

Dessa maneira o Faraó em vida convertia-se em Hórus e ao morrer identificava-se com Osiris, o soberano do Além, considerando-se igual ao deus.


Mitologia Africana - Egipcia
Fonte Wickpedia
A Banda Reflexus, nos anos 80, fez dessa canção um grande hit. E, ao longo dessas décadas, a musica FARAÓ, tem sido rememorada, regravada nas mais belas vozes do cenário musical baiano, o que nos permite conhecê-la e gostar de sua musicalidade, de sua batida e principalmente da letra.
A letra/musica nos conta como se deu a criação do mundo na visão egipcia.

Faraó
Margareth Menezes

Deuses, divindade infinita do universo
Predominante esquema mitologico
A enfase do espirito original xuou,
Formara, no épio um novo cosmico
A emersao, nem osiris sabe como aconteceu
A emersao, nem osiris sabe como aconteceu
A ordem ou submissao do olho seu
Transformou-se na verdadeira humanidade
Epopéia do codigo de guebe, e eu falei lute
E lute gerou as estrelas
Osiris, proclamou o matrimonio com isis
E o mal Seth, irado o assassinou,
emperaá Oros, levando avante a vinganca do pai
Derrotando o imperio de mal Seth
È o grito da vitora que nos satisfaz, cade
Tutankamon, egisé, akaénadon, egisé
Tutankamon, egisé, akaenadon
Eu falei faraó Ehhhh, farao,
eu clamo olodum, pelourino
Ehhhh, farao, piramide da base do egito
Ehhhh, farao eu clamo olodum, pelourinho
Ehhhh, faraó Que mara, mara, mara, maravilha
è, egito, egito è 3x Faraóó, ó o o
Pelourinho, uma pequena comunidade
Que porém olodum unirá
Em bracos de confraternidade
Despertai-vos, para a cultura egipcia no brasil
Em vez de cabelos trancados
Veremos turbantes de tutankamon
E nas cabecas enchem-se de liberdade
O povo negro pede igualdade
Deixando de lado as separacoes, cade
refrao

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terça-feira, 17 de março de 2009

Cordel - A EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA


A EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA
Miguezim de Princesa
I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.
II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.
III
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.
IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.
V
O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.
VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.
VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.
VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.
IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.
X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

Deixe seu comentario.
Se utilizar o cordel, lembre-se de conservar a autoria dele.
Bjs

sexta-feira, 13 de março de 2009

PRONOMES

PRONOMES


Os pronomes classificam-se em pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.

Pronomes pessoais

Podem ser: retos, oblíquos e de tratamento


Pronomes pessoais retos
Eu

Tu

Ele, Ela

Nós

Vós

Eles, Elas

Pronomes pessoais oblíquos
Átonos
Me
Te
Se
O, a, lhe
Nos
Vos
Se
Os, as, lhes


Tônicos
Mim, comigo
Ti, contigo
Si, consigo
Ele, ela
Nós, conosco
Vós, convosco
Si, consigo
Eles, elas

Tratamento

Você
Senhor(es), Senhora(s)
Vossa(s) Senhoria(s)
Vossa Santidade

Pronomes possessivos
Singular

1ª pessoa
Meu(s), minha(s)


2ª pessoa
Teu(s), tua(s)

3ª pessoa

Seu(s), sua(s)
Plural

1ª pessoa

Nosso(s), nossa(s)
2ª pessoa

Vosso(s), vossa(s)

3ª pessoa

Seu(s), sua(s)

Pronomes demonstrativos
1ª pessoa
Variáveis

Este(s), esta(s)
Invariáveis

Isto
2ª pessoa
Variáveis

Esse(s), essa(s)
Invariáveis
Isso
3ª pessoa
Variáveis

Aquele(s), aquela(s)

O(s), a(s)
Invariáveis

Aquilo

Pronomes indefinidos
Invariáveis
Alguém
Ninguém
Tudo
Outrem
Nada
Cada
Algo

Variáveis
Algum(ns), alguma(s) - Vário(s), vária(s)
Nenhum(ns), nenhuma(s) - Tanto(s), tanta(s)

Todo(s), toda(s) - Quanto(s), quanta(s)

Outro(s), outra(s) - Qualquer, quaisquer

Muito(s), muita(s)
Certo(s), certa(s)
Pouco(s), pouca(s)

Pronomes relativos


Invariáveis
Que
Quem
Onde


Variáveis

O qual, os quais, a qual, as quais
Cujo(s), cuja(s)
Tudo quanto, todos quantos, todas quantas

Pronomes interrogativos
Invariáveis
Que
Quem


Variáveis
Qual, quais
Quanto, quantos

GRAU DOS ADJETIVOS

ADJETIVOS

GRAU DOS ADJETIVOS

Alguns adjetivos podem expressar a qualidade modificando-se em sua intensidade ou quantidade. Podem, portanto, apresentar-se em diferentes graus:

1. NORMAL. Expressa a qualidade sem nenhuma modificação.
EX. Casa grande
Menina pequena

2. COMPARATIVO. Compara o grau em que dois seres possuem uma mesma qualidade ou duas qualidades num só ser:
EX. Joaquim é mais esperto do que estudioso.
Joaquim é mais alto do que João.
Joaquim é mais baixo do que João.
Joaquim é tão alto quanto João.

3. SUPERLATIVO. Expressa a qualidade em seu grau máximo:
EX. Joaquim é altíssimo.
Joaquim é o mais alto de todos.

2. COMPARATIVO


de igualdade:
EX. O espelho é tão valioso como (ou quanto) o quadro. – (dois seres)
Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente. – ( duas qualidades)

de superioridade
EX. O aço é mais resistente (do) que o ferro. – (dois seres)
Este carro é mais confortável (do) que econômico. – (duas qualidades)

de inferioridade
EX. A prata é menos valiosa (do) que o ouro. – (dois seres)
Este carro é menos econômico (do) que confortável. – (duas qualidades)

3. SUPERLATIVO

Absoluto. A qualidade não é comparada com a de outro ser e pode ser expressa de dois modos:

a) Analítico – com auxilio de palavras como muito, imensamente, excessivamente, etc.
EX. Muito trabalhador
Imensamente chato.
Excessivamente cuidadoso

b) Sintético – adjetivo acrescido de sufixo
EX. Antiqüíssimo
Facílimo

Relativo. O elevado grau de uma qualidade é relacionado a outros seres e pode ser:

a) de superioridade: Este rio é o mais poluído de todos

b) de inferioridade: Este rio é o menos poluído de todos.

quinta-feira, 12 de março de 2009

IRACEMA, fragmento


CapítuloII




Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não eradoce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.

Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas

Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. OPs ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos,. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto.

[...]

A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe os ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda, e as tintas de que matiza o algodão.

Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.

Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.

Foi rápido como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.

De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d'alma que da ferida.

[...]

A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.

O guerreiro falou:

- Quebras comigo a flecha da paz?

-Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a estas matas, que nunca viram outro guerreiro como tu?

_ Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus.

Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema.


(Iracema, José de Alencar)





"No romance indianista de José de Alencar, o índio é visto em três etapas diferentes: antes de ter contato com o branco, em Ubirajara; um branco convivendo no meio indígena, em Iracema e o índio no cotidiano do homem branco, em O Guarani. Podemos considerar Alencar como o precursor do romantismo no Brasil dentro das quatro características: indianista, psicológico, regional e histórico.

Quando o Romantismo irrompeu no Brasil na década de 30 do século dezenove, ele apresentava um nacionalismo exacerbado pela Independência do país em 1822.

A produção literária romântica brasileira, ainda que se orientando pelos mesmos postulados estéticos da escola romântica européia, adquiriu contornos extremamente próprios e renovadores, tendo a eles se adicionado o projeto de construção de uma identidade nacional.

A busca de uma nova forma de expressão lingüística, os temas ligados à exuberância da natureza tropical, as questões político-sociais, o indianismo e o nacionalismo foram os traços marcantes dessa geração literária no Brasil.Alencar, ao denominar seu romance indianista Iracema: lenda do Ceará, estava não só propondo o resgate da lenda - o universo idílico e impreciso da memória coletiva onde o ato da escrita ficcional pode ocorrer e inovar sem pejo de afrontar a veracidade histórica mas também procurava extrair do cerne deste gênero, a lenda, a intenção de alcançar a credibilidade factual.

A partir do romance-lenda e da invenção alencarina da palavra Iracema, um universo de possibilidades despontaram, mesmo que o autor tenha dirigido o seu intento embrionário ao vocábulo, apontando nas notas à primeira edição:Iracema - em guarany significa lábios de mel - de ira/mel e tembe/lábios. Tembe na composição altera-se em ceme."

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segunda-feira, 9 de março de 2009

Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa

Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa


Desde o dia 1º de janeiro de 2009, o Brasil escreve de outra maneira. Entrou em vigor o novo acordo ortográfico firmado pelos integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor Leste. O prazo de adaptção às novas regras é 2012; até lá, ambas as formas (a antiga e a reformada) serão aceitas.

Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa

Um novo VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) está sendo elaborado pela Academia Brasileira de Letras. Esta será a quinta edição da publicação, que registra a forma oficial de escrever as palavras no Brasil. A nova edição, com previsão de divulgação em março, deverá conter cerca de 370 mil verbetes.

Confira as alterações da língua portuguesa após a reforma ortográfica:

Alfabeto:- O alfabeto ganha três letras (k, y e w)
Antes: 23 letras Depois: 26 letras

Trema:- O trema cai, de vez, em desuso, exceto em nomes próprios e seus derivados. Grafado nos casos em que o “u” é átono e pronunciado (que, qui, gue, gui), o sinal não será mais utilizado nas palavras da língua portuguesa.
Antes: tranqüilo, conseqüência, cinqüenta
Depois: tranquilo, consequência e cinquenta

Hífen:Regra básica: Sempre se usa o hífen diante de H
Antes e depois: super-homem, anti-higiênico

O sinal não poderá ser mais usado quando a primeira palavra terminar com vogal e a segunda começar com consoante.
Antes: anti-rugas, auto-retrato, ultra-som, ante-projeto, auto-peça
Depois: antirrugas, autorretrato, ultrassom, anteprojeto, autopeça

O hífen também não deve ser grafado quando a primeira palavra terminar com letra diferente da que começar a segunda
Antes: auto-estrada, infra-estrutura
Depois: autoestrada, infraestrutura

Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.
Antes e depois: anti-ibérico, contra-almirante, micro-ondas, semi-internato

Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.
Antes e depois: hiper-requintado, inter-racial, super-resistente

- O sinal deverá ser usado quando a palavra seguinte começa com b, h, r, m, n ou com vogal igual à ultima do prefixo
Antes: anti-imperialista, super-homem, inter-regional
Depois: anti-imperialista, super-homem, inter-regional

- Outro caso que se faz necessário o uso do hífen é quando a primeira palavra terminar com vogal ou consoante igual à letra que começar a segunda
Antes: microônibus, contraataque, microondas
Depois: micro-ônibus, contra-ataque, micro-ondas

Acento agudo:- Os ditongos abertos “éi” e “ói” das palavras paroxítonas não serão mais acentuados
Antes: assembléia, apóio, platéia, européia
Depois: assembleia, apoio, plateia, europeia*

As palavras herói, papéis e troféu continuam sendo acentuadas porque têm a ultima sílaba mais forte.
O acento some também no “i” e no “u” tônicos quando vierem depois de ditongo em palavras paroxítonas
Antes: feiúra, bocaiúva
Depois: feiura, bocaiuva*

O acento permanece se o “i” ou o “u” estiverem na ultima sílaba, a exemplo de Piauí e tuiuiú- Na letra “u” dos grupos que, qui, gue e gui o acento também deixa de existir
Antes: apazigúe, averigúe
Depois: apazigue, averigue

O acento diferencial também some em alguns casos
Antes: pára, péla, pêlo, pólo, pêra
Depois: para, pela, pelo, polo, pera*

O acento diferencial não deixa de ser usado em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) / pode (presente). Fôrma também continua sendo acentuada para ser diferenciada de forma.

Acento circunflexo:O acento circunflexo some nas palavras terminadas em “êem” e “ôo”
Antes: crêem, vêem, lêem, enjôo
Depois: creem, veem, leem, enjoo

por Equipe Interlegis
FRAGMENTOS DA LEI MARIA DA PENHA
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º
Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.
CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Seção II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O AGRESSOR
Art. 22.
Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.
§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Dilma Rousseff
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.8.2006

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domingo, 8 de março de 2009

Estudos Afros

EPISTEMICÍDIO



“É o fenômeno que ocorre pelo rebaixamento da auto-estima que o racismo e a discriminação provocam no COTIDIANO ESCOLAR; pela negação aos negros da condição de sujeitos do conhecimento, por meio da desvalorização, negação ou ocultamento das contribuições do Continente Africano e da diáspora africana ao Patrimônio Cultural da Humanidade; pela imposição do embranquecimento cultural e pela produção do fracasso e evasão escolar. A esses processos denominamos EPISTEMICÍDIO
(Carneiro, 2005)





“O que esperavam quando tiraram a mordaça que fechava essas bocas negras?
Que entoassem hinos de louvor?
Que as cabeças de nossos antepassados curvadas até o chão pela força, revelassem, ao se erguerem, uma adoração nos seus olhos?”

Intodução de Sartre à “Anthologie de la nouvelle poésie nègre et malgache”, de Leopold Sedar Senghor



“Enquanto não falar mais alto a consciência negra
E o povo não puder por seu direito reclamar
Enquanto o Ilê Aiyê lutar por um dia melhor
Na batalha contra os que acham bom discriminar
Haverá também o protesto de um povo que pede
Que a nossa mãe África leve o Ilê a cantar.”
“A Liberdade em Protesto” canção de Américo Company para o Bloco Afro Ilê Aiyê, 1994

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Dia Internacional da Mulher

A anunciação
o anjo posa de leve
No quarto onde a moça pura
Remenda a roupa dos pobres.
Nasceu uma claridade
Naquele quarto modesto:
A máquina de costurar Costura raios de luz;
Não se sabe mais se o anjo
É ele mesmo, ou Maria.
(...)
(Murilo Mendes)